Doença de Parkinson

A doença de Parkinson (Parkinson’s disease, PD) é a segunda desordem neurodegenerativa mais comum. Se considerarmos os distúrbios hipocinéticos, PD ocupa a primeira posição. Esta patologia é caracterizada por alterações em células dopaminérgicas nigro-estriatais, tais como disfunção mitocondrial, estresse oxidativo, formação dos corpos de Lewy (agregação intracelular de alfa sinucleína (a-Syn) e ubiquitina) e processo neuroinflamatório. A patogênese de PD inclui ainda a expressão aberrante de microRNAs (miRNAs) que são RNAs curtos em dupla fita que regulam a expressão de RNAm alvos por interferência de RNA (RNAi). Trata-se de um processo biológico natural, cujo alvo de regulação situa-se na região 3’ não-traduzida (3’-UTR) do respectivo RNAm. Expressões desreguladas de determinados microRNAs tem graves consequências fisiopatológicasMiRNAs expressos de maneira aberrante na doença de Parkinson têm sido descritos de forma crescente, sendo, portanto, alvos terapêuticos potenciais. 

 

 

Câncer

Câncer é o termo utilizado para designar um grupo de doenças genéticas, altamente heterogêneas, caracterizadas pela proliferação desordenada de células que perderam a capacidade de formar tecidos com organização e função normais. Dentre os tratamentos disponíveis, a quimioterapia ainda é amplamente utilizada para vários tipos tumorais. Entretanto, devido à natureza sistêmica e altamente tóxica, os agentes quimioterápicos apresentam reduzida especificidade e efeitos adversos frequentes, uma vez que agem tanto em células cancerosas quanto em células sadias. Tais limitações demonstram a necessidade da busca de novas alternativas terapêuticas, visando o aumento da eficiência das drogas convencionais, com diminuição da dose empregada e consequente redução dos efeitos colaterais que comprometem a continuidade do tratamento. A expressão aberrante de microRNAs tem sido relacionada a vários processos biológicos no câncer, incluindo progressão tumoral, morte celular e resistência a drogas, modulando tanto vias oncogênicas quanto vias supressoras de tumor. Assim, a reposição de microRNAs considerados supressores tumorais em células cancerosas representa uma nova e promissora abordagem terapêutica da doença.